CASA 731 (LUANA LAGO – 1º ANO E.M.)

Parabéns pelo ótimo texto, Luana. Continue assim! 😉

Abraços,

Prof. Marcelo Fernandes


 Casa 731

                Joaquim ganhou uma bolsa de estudos para cursar o ensino médio na cidade de seus avós paternos e foi decidido que permaneceria com estes durante certo período de tempo. “Avô” e “avó” não eram palavras que faziam parte do seu vocabulário e ele não tinha ideia do que esperar dos próximos meses de sua vida.

                A viagem era longa. Conforme as horas mudavam, mudava também a paisagem, o verde dos campos, dando lugar ao colorido dos carros. Depois de muitos semáforos e prédios muito maiores do que se via pela tela estática da televisão, Joaquim chegou a uma vila de muros altos. Tocou a campainha da casa 731 e de seu interior apareceu uma senhora bem vestida que se identificou como sua avó. “Bem vindo, Joaquim”, disse ela.

                A drástica mudança começou ao cruzar o portão de entrada. A casa era iluminada e grande de uma forma que ele nem imaginava ser possível. No meio de uma sala repleta de aparelhos que ele se perguntava a função, estava seu avô, sentado na frente de um computador.

                Joaquim foi levado ao seu quarto temporário, que pelo menos parecia um quarto normal. Seus avós eram modernos, tecnológicos. Ele não se encaixava naquele lugar. Pensou em desistir e ligar para seus pais. Três batidas ritmadas na porta o tiraram de sua crise momentânea. Era sua avó com um prato que exalava um cheiro apetitoso na mão. “Você deve estar com fome” e realmente estava.

                Ao final de certo tempo, Joaquim não se sentia mais tão estranho. A casa era nova, a escola era nova, as pessoas eram diferentes, mas nem por isso elas o menosprezavam. Ele sabia que esse não era seu meio confortável e mesmo assim descobriu que tinha sua função. A final, seus avós eram seu oposto, mas eram seus avós e por mais estranho que pudesse parecer, era bom estar com a família.

 

Luana Lago (1° ano E.M.)

Deixe um comentário